sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sobre o futuro de Portalegre e as escolhas que temos que fazer II - Educação

Bem verdade que, ao que nos parece, Portalegre está bem a frente das demais cidades da região no que diz respeito a remuneração dos professores. Aqui, com muita luta, a categoria conseguiu fazer valer o piso salarial nacional e implantar o seu plano de carreira.

Contudo a qualidade do ensino não pode, nem deve ser medida apenas em função do salário dos professores. Outros fatores como planejamento, controle, cobrança e avaliação dos conteúdos mínimos a serem trabalhados são muitas vezes até mais importantes do que a questão salarial.

Toda rede de ensino que quer dar um passo a frente, deve, antes de tudo, ter um levantamento fidedigno de sua realidade. Não é saber se em tal escola tem professor e se ele comparece na data prevista e ministra suas aulas. É muito mais que isso.

É saber se, após atendidas todas as condições materiais necessárias para uma boa aula, o professor trabalhou de forma eficiente o conteúdo mínimo previsto coletivamente no Plano Municipal de Educação. 

Como se mede a qualidade da educação em uma escola ou município? Certamente não é pelo número de aprovados para escolas técnicas ou universidades. Seria talvez através dos exames nacionais (ENEM, Prova Brasil)? Também, mas de uma forma complementar. O planejamento e a avaliação começa em casa. Essas avaliações nacionais deveriam apenas reafirmar o que a própria escola já sabe, isso porque deveria dispor de meios até mais eficazes de diagnosticar a qualidade do ensino ofertado.

Qual o papel do supervisor pedagógico? Apenas saber se os alunos  e professores comparecem as aulas? Ou seria verificar se tudo que fora planejado está sendo cumprido, verificar as dificuldades encontradas e sugerir soluções?

Mas algo fora planejado? Não estou falando do planejamento rotineiro dos professores, que ocorre todos os bimestres. Refiro-me a uma política educacional mais geral que fosse norteadora da atuação no magistério.

Infelizmente nossa Secretaria Municipal de Educação, com seu quadro "reduzidíssimo" de pessoal ainda não atentou para isso, ou talvez não tenha, ainda, reunido as condições necessárias para materializar o que ora defendemos.

O fato é que ou trazemos ideias inovadoras e reunimos as condições de viabilizá-las ou terminamos como na música da Legião Urbana (Mais do mesmo), não fazemos a diferença. Fazer os alunos estudarem, os professores trabalharem é fácil. Difícil é fazer com que essa educação seja efetivamente de qualidade.

O melhor momento para se construir tudo isso seria numa Conferência Municipal de Educação. Portalegre precisa realizar a sua e traçar os planos necessários para, realmente, oferecer  a educação de qualidade que a população local tanto necessita.

Um comentário:

  1. A aprendizagem e educação vista nas escolas da serra é sem dúvidas bem diferente das demais cidades próximas. Eu q o diga, passei por algumas escolas e poucas ofereceram a qualidade de ensino como as instituições aqui, especificamente o Margarida de Freitas. Mas podemos sim, melhorar a qualidade.. temos estrutura pra isso, pelo menos pro básico!

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