Definidas as candidaturas para as eleições municipais em Portalegre, muitos amigos tem entrado em contato "reclamando" da ausência de postagens no Voz da Serra. Sobre as postagens é importante lembrar que sempre me utilizei desse espaço para expor minhas ideias, contudo as obrigações do trabalho sempre estiveram em primeiro lugar. Cumpri o que pretendia desde o início, qual seja: Escrever por aqui sempre que tivesse tempo e paciência.
Especificamente sobre as eleições, penso que as lições das campanhas de 2012 e 2014 foram suficientes para clarear um pouco nossas ideias e as questões envolvidas nas disputas locais. Quando falo de lições, não me refiro a vencer ou perder as disputas, mas do quanto podemos aprender ou não participando de todo o processo.
Talvez o maior problema dessas disputas locais sejam as rusgas, brigas, intrigas que me parecem ter deixado em ultimo plano, debates sérios sobre educação, saúde, turismo, agricultura, qualidade de vida. Não cairei no erro de afirmar que um grupo político ou outro tem maior parcela de culpa nisso, penso que em maior ou menor proporção todos contribuem para a continuidade desse cenário bisonho, que se constrói em grande parte das cidades do interior, durante o período eleitoral.
Na mesma perspectiva, ainda exercitamos pouco a crítica aos gestores públicos, talvez por que em nossas cidades a confusão seja grande entre a crítica a gestão e a crítica pessoal. Sim, meus amigos, apesar de nem todos conseguirem discernir, é possível criticar uma gestão e não ter absolutamente nada contra a pessoa do gestor.
Dito isso, o que de fato acho dessa disputa? Primeiro: Continuo com profunda discordância e duras críticas a atual gestão, pelos mesmos problemas que tanto alertei em 2012. E isso, certamente, não me impede de reconhecer as boas ideias, basta ler as ultimas postagens desse blog (que não foram muitas) para compreender. Segundo: Tenho absoluta discordância de como os grupos oposicionistas tem se comportado em Portalegre. Sobretudo com o protagonismo de verdadeiros coronéis ou coronel, não muito diferentes do "curral eleitoral" mantido pela atual gestão. A quem serve isso? Ou melhor quem se serve disso? Simples, qualquer um que não queira, de fato, ver Portalegre melhor. Terceiro: A terceira via possível na cidade, apesar de valorizar a iniciativa, é esdrúxula, já que carece de substância política. Não me refiro aos votos, falo de ideias.
Em razão disso o que nos resta é esperar o desenrolar dos acontecimentos e ver se, contrariando todas as minhas expectativas, os candidatos tragam para o centro do debate as questões que realmente podem contribuir para melhorar nossa cidade.
Aos amigos de um lado ou outro pedimos o discernimento e maturidade que o momento exige. Afinal de contas, penso que todos desejam uma cidade melhor.
Grande abraço!