Passado o calor da eleição, gostaria de socializar com os amigos minhas opiniões acerca do pleito e os possíveis efeitos do resultado na dinâmica política local. Antes de tudo, é prudente esclarecer que não se trata de uma profunda análise política, mas de uma opinião pessoal que passo a compartilhar.
No que se refere a eleição presidencial, talvez essa tenha sido, junto com a de 2002, a campanha na qual mais me envolvi. Fiz isso porque reconheço na Dilma a continuidade do processo de mudanças iniciado por Lula. Mesmo compreendendo dificuldades, discordando de algumas posturas e reconhecendo a necessidade de se avançar mais rápido e de forma mais eficiente no que se refere às ações em saúde, educação fundamental e média (básica), além, é claro, da reforma política. Votei, pedi voto e me esforcei o quanto pude para contribuir com a reeleição de nossa presidenta. Deixando de lado assuntos "sem pé nem cabeça" como a "ditadura petista" ou "comunismo petista-cubano-brasileiro", uma eleição acirrada, como a que tivemos, pode acelerar mudanças necessárias e urgentes.
Já no que se refere às eleições estaduais, qualquer comentário deve partir das "arengas" iniciais, sobretudo a que foi responsável por impedir a tentativa de reeleição da governadora Rosalba. Um processo que, inicialmente, apontava para uma grande divisão na cúpula do DEM acabou revelando que o partido, prestes a fechar as portas nacionalmente, ainda está sob controle total de Agripino Maia. E Agripino, para manter seu (des)empenho nacional de afundar (ainda bem) o DEM, une praticamente todos os seus liderados, até aqueles que não se viam mais assim, em torno da candidatura de Henrique Alves, que viria a ser o maior acordo (acordão) político da história do RN.
Pois bem, até aí a coisa ia bem. Henrique articula acordos esdrúxulos (sabe-se lá como foram feitos) de grupos adversários desde que o "mundo é mundo". Esqueceu contudo de fazer acordo com o povo, preferiu montar uma aliança que possibilitasse vencer por WxO. Subestimou a força política de Fátima Bezerra e se achou governador antes da hora.
Em nossa região, o DEM, ainda dividido, pregava a ideia de que o povo (lideranças, liderados, aliados) iriam decidir em cada cidade o rumo que seria tomado, "respeitando sempre as particularidades locais". BALELA!!! Aconteceram mesmo as reuniões, contudo os encaminhamentos tomados não foram capazes de influenciar a cúpula partidária, sobretudo a liderada por Getúlio Rêgo (leia-se Agripino Maia). Em reuniões muitas vezes degradantes (não vou ser repetitivo e detalhar, mas uma rápida pesquisa no Voz da Serra resolve) passou-se "como um trator" por cima das divergências e deram início ao ACORDÃO sem participação popular nas decisões, aliás como sempre.
Em Portalegre, em meu entendimento, o resultado final das eleições apontam para um claro esvaziamento do grupo oposicionista. Havia pré-disposição do grupo que se articulou no pleito passado para o apoio à Robinson Farias e Fátima Bezerra. Em outra via não havia qualquer interesse no apoio da candidatura do filho de Agripino. Como eu disse, depois do "trator" tudo voltou a ser como antes, como prescrito na cartilha oligárquica local. A principal liderança da oposição, passou, mesmo que com inicial resistência, para a condição de liderado. Não teve força suficiente para fazer valer o que defendia e foi colocado em situação vexatória e constrangedora diante de seus eleitores. Poderia ter liderado, no município, a campanha de Robinson e Fátima (mesmo que no caso dessa última com o apoio do prefeito) que se mostrou vencedora, mas ao contrário passou para a condição de "mais um" em uma campanha que se mostrou ao final "natimorta". O prefeito, ao contrário, não optou por qualquer enfrentamento com a vontade do povo. Como que andando em uma corda bamba, embarcou nas candidaturas de Dilma e Fátima que tinham amplo apoio popular. Como resultado, além de uma ampla maioria para essas candidaturas, conseguiu reverter a vantagem do DEM no que se refere ao seu Deputado Federal e ampliar a votação do Estadual. Derrotar, de fato, Getúlio nunca esteve no horizonte de possibilidade do gestor, já que o Deputado é "filho da terra".
Em Riacho da Cruz, ao contrário, o ACORDÃO fez outra vítima e nem de longe foi a prefeita Bernadete. O resultado das urnas mostrou que seu adversário (Marcondes) que vinha crescendo, visivelmente, se perdeu no meio da aliança, não conseguindo repetir, nem de longe, o desempenho das eleições de 2012.
Em Portalegre, em meu entendimento, o resultado final das eleições apontam para um claro esvaziamento do grupo oposicionista. Havia pré-disposição do grupo que se articulou no pleito passado para o apoio à Robinson Farias e Fátima Bezerra. Em outra via não havia qualquer interesse no apoio da candidatura do filho de Agripino. Como eu disse, depois do "trator" tudo voltou a ser como antes, como prescrito na cartilha oligárquica local. A principal liderança da oposição, passou, mesmo que com inicial resistência, para a condição de liderado. Não teve força suficiente para fazer valer o que defendia e foi colocado em situação vexatória e constrangedora diante de seus eleitores. Poderia ter liderado, no município, a campanha de Robinson e Fátima (mesmo que no caso dessa última com o apoio do prefeito) que se mostrou vencedora, mas ao contrário passou para a condição de "mais um" em uma campanha que se mostrou ao final "natimorta". O prefeito, ao contrário, não optou por qualquer enfrentamento com a vontade do povo. Como que andando em uma corda bamba, embarcou nas candidaturas de Dilma e Fátima que tinham amplo apoio popular. Como resultado, além de uma ampla maioria para essas candidaturas, conseguiu reverter a vantagem do DEM no que se refere ao seu Deputado Federal e ampliar a votação do Estadual. Derrotar, de fato, Getúlio nunca esteve no horizonte de possibilidade do gestor, já que o Deputado é "filho da terra".
Em Riacho da Cruz, ao contrário, o ACORDÃO fez outra vítima e nem de longe foi a prefeita Bernadete. O resultado das urnas mostrou que seu adversário (Marcondes) que vinha crescendo, visivelmente, se perdeu no meio da aliança, não conseguindo repetir, nem de longe, o desempenho das eleições de 2012.
Em Pau dos Ferros o processo inicia parecido com o de Portalegre. Reuniões pra lá e pra cá e "vingou o ACORDÃO". Derrotado timidamente nas urnas no 1° turno, o acordo cai por terra com a decisão de Fabrício Torquato de apoiar Robinson. Reação imediata de Getúlio e do filho foi convocar liderados, ir às emissoras de rádio, anunciar a tal da "lapada" que dariam no agora candidato do prefeito (já ex-aliado e automaticamente adversário ferrenho). Pois bem, abriram-se as urnas no domingo passado e o que se viu foi mesmo a lapada, não a "esperada", mas uma dada pelo povo que, nem de longe, gostou de ser tratado como massa volúvel nas mãos de qualquer político. Mesmo não servindo de parâmetro para a próxima eleição municipal, o fato concreto é que o prefeito que abandonou o barco do ACORDÃO saiu fortalecido e seu mais novo adversário saiu desmoralizado, menos pelo resultado e mais pelo que alardeou aos quatro cantos.
Talvez esse texto irrite quem tenha a paciência de ler. Também me irritei incontáveis vezes com muito que vi, li, ouvi nesses últimos meses. Olhando com mais prudência e, de uma distância segura, pude compreender mais e melhor as forças envolvidas nos pleitos locais. Também observei melhor a postura das pessoas diante de divergências conceituais. Mesmo em 2012, com ânimos acirrados, convivi muito bem com amigos que pensavam diferente e votaram no atual prefeito. Não posso dizer o mesmo nessa eleição, sobretudo no que se refere aos que usam cabresto com tamanha convicção que não suportam críticas, por mais singelas que sejam. Ainda assim, com muitos, mesmo decepcionado com algumas posturas, a relação de amizade (não a política) permaneceu intacta.
Grande abraço!!!
Talvez esse texto irrite quem tenha a paciência de ler. Também me irritei incontáveis vezes com muito que vi, li, ouvi nesses últimos meses. Olhando com mais prudência e, de uma distância segura, pude compreender mais e melhor as forças envolvidas nos pleitos locais. Também observei melhor a postura das pessoas diante de divergências conceituais. Mesmo em 2012, com ânimos acirrados, convivi muito bem com amigos que pensavam diferente e votaram no atual prefeito. Não posso dizer o mesmo nessa eleição, sobretudo no que se refere aos que usam cabresto com tamanha convicção que não suportam críticas, por mais singelas que sejam. Ainda assim, com muitos, mesmo decepcionado com algumas posturas, a relação de amizade (não a política) permaneceu intacta.
Grande abraço!!!