Erving Goffman e Howard S. Becker são dois importantes sociólogos que estudaram a questão da desvio social e como a sociedade lida com aqueles que são considerados "diferentes". Duas de suas obras mais conhecidas, "Estigma" de Goffman e "Outsiders" de Becker, abordam esse tema de maneiras diferentes.
Em "Estigma", Goffman explora como as pessoas que são consideradas "estigmatizadas" - ou seja, aquelas que possuem alguma característica que as diferenciam dos padrões sociais dominantes - são tratadas pela sociedade. Goffman argumenta que essas pessoas muitas vezes são excluídas e discriminadas por causa de suas diferenças, e que isso pode levar a problemas como a exclusão social, a pobreza e a marginalização.
Já em "Outsiders", Becker analisa como grupos de pessoas que são consideradas "desviantes" pela sociedade - como criminosos, usuários de drogas e outros - formam suas próprias comunidades e subculturas. Becker argumenta que esses grupos muitas vezes se unem em torno de sua diferença, e que isso pode criar um senso de identidade e pertencimento que é difícil de encontrar em outros lugares.
Apesar de abordarem o mesmo tema geral, as obras de Goffman e Becker têm algumas diferenças importantes. Enquanto Goffman se concentra principalmente nas consequências negativas da estigmatização, Becker destaca a possibilidade de formação de comunidades e subculturas. Além disso, Goffman se concentra principalmente em indivíduos estigmatizados, enquanto Becker analisa grupos inteiros de pessoas que são consideradas desviantes.
De maneira geral, ambas as obras são importantes para entender como a sociedade lida com a diferença e como as pessoas que são consideradas "diferentes" se relacionam com isso. Enquanto "Estigma" de Goffman alerta para os riscos da exclusão social e marginalização, "Outsiders" de Becker destaca a importância da formação de comunidades e subculturas como uma forma de resistência e resiliência.
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